O preconceito regional está também fortemente ligado ao preconceito lingüístico, haja vista que
o sotaque é um dos principais elementos de identidade cultural de um povo. O modo de falar diz
de onde o falante se origina, todos carregam suas regiões em suas marcas lingüísticas.
A região Nordeste e sua população são as que mais sofrem com tais formas de preconceito por
diversos fatores: Por ser uma região pobre, com alto índice de analfabetismo, por muitos terem
migrado desta região, sobretudo, para a região Sudeste em busca de uma vida melhor, mas ao
chegarem nesta outra sociedade continuaram a ser explorados e ocuparam as classes econômicas
mais baixas e pela fundamental contribuição da mídia para a criação do estereótipo do Nordeste
e do nordestino.
O Nordeste é composto por nove Estados e as diferenças lingüísticas dentro de um só Estado e
entre os demais são grandes. O sotaque do baiano de Salvador não é igual ao sotaque do baiano
de Barreiras, região próxima ao Centro-Oeste que tem influências lingüísticas de Goiás.E também, não é igual ao sotaque do pernambucano de Recife que puxa o s das palavras.O nordeste não é formado pelos nordestinos e sim por baianos, sergipanos, alagoanos, pernambucanos, etc. Afinal, ninguém pergunta a uma pessoa “você é sudestino?”
O preconceito regional e lingüístico são fenômenos sociais pouco debatidos, com isso, muitas
vezes as vítimas destes preconceitos não conseguem ter discernimento claro de que quando
alguém a olha e a julga diferente, não só por sua maneira de falar, mas também por sua origem,
é uma atitude opressora e discriminatória. E acaba encarando tais ações como uma brincadeira.
A invisibilidade do que realmente é o Nordeste só contribui cada vez mais para a exclusão desta
região, para preconceito e demais agressões contra o seu povo, não só verbais, mas também
físicas e as marcas vão além da pele, vão para esferas simbólicas que perduram por gerações. As
pessoas independentes de suas regiões deveriam ter a compreensão de que ao mesmo tempo que identidade é identidade, ela é também diferença e só se acolhe a identidade do outro quando se acolhe a diferença,
excelente postagem, parabéns.
ResponderExcluirParabens pelo poster. Gostei bastante!
ResponderExcluirFDS
ResponderExcluirInteressante...sou paulistana e vivo no ES, achava que não teria problemas em me adaptar. No inicio todos acham lindo o sotaque, mas, com o tempo percebi que algumas pessoas se incomodavam, principalmente no trabalho, meio que enjoavam.
ResponderExcluirfazem 17 anos que moro aqui e sempre me perguntam: "nossa...você ainda não perdeu esse sotaque? Faz tanto tempo que mora aqui e ainda não deixou de puxar o erre?" Difícil...muito difícil. As vezes dá vontade de ir embora, mas gosto daqui, minhas filhas nasceram aqui, não queria ir só porque falo diferente.
E porquê tenho que ir? Gostaria de um pouco mais de empatia, que as pessoas percebessem o quanto é chato esse "preconceito".
Abraços. Simone
ola! alguem consegue passar um poema ou texto que use na sua composição a linguagem do norte,porfavor!
ResponderExcluirTema Enem 2018
ResponderExcluirTo fazendo uma redação sobre preconceito linguístico, citei o Nordeste e to procurando informação sobre o tema. Vi seu comentário, e estou aqui me perguntando se você é alguém do inep, dando dicas anonimamente por esse site.
ExcluirSofri preconceito em Sao Paulo por ser Nordestina e ter sotaque.
ResponderExcluirNao ganhei uma promoção na Empresa por isso.����